Nascido em Três Rios - RJ, o homenageado de hoje na campanha Orgulho de Ser Psiquiatra é o Dr. Alexander Moreira-Almeida, 44. Casado e pai de um casal, Caio e Laura, o Dr. Alexander graduou-se em Medicina e fez Residência em Psiquiatria no Instituto de Psiquiatria - IPq do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HC-FMUSP. Realizou seu Doutorado na mesma instituição e cursou Pós-doutorado na Duke University, nos Estados Unidos.
"[Escolhi a psiquiatria] pelo fascínio de buscar entender a mente humana e seus distúrbios e, assim, poder ajudar àqueles que padecem de transtornos mentais a terem alívio do sofrimento e, sempre que possível, a retomarem plenamente suas vidas. Além disso, o fato da psiquiatria ser a especialidade médica que exige um maior conhecimento e integração de uma ampla gama de áreas do conhecimento, desde neurociência, farmacologia e fisiologia até filosofia, história e sociologia", conta-nos o Dr. Alexander.
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental - TCC, o psiquiatra atua como Professor Associado de Psiquiatria e Diretor do NUPES - Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF. Também coordena as Seções de Espiritualidade e Psiquiatria da Associação Mundial de Psiquiatria - WPA e da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP.
Entre os principais desafios da especialidade, o nosso homenageado aponta o aprimoramento de um diagnóstico e tratamento que integre, na prática, todas as dimensões do ser humano, o qual chamou de "bio-psico-sócio-espiritual". "Muitas vezes, na avaliação dos pacientes, há uma ênfase em apenas um desses aspectos, por exemplo, só medicação, só psicoterapia, só aspectos sociais ou só espirituais. A inter-relação desses fatores é que gera a saúde ou a doença mental", destacou reforçando que todos esses aspectos devem ser abordados para promover a recuperação do paciente.
Desde a sua formação, o Dr. Alexander tem percebido mudanças significativas na psiquiatria, ressaltando os avanços nos tratamentos medicamentosos e psicoterapêuticos, atribuindo ao que chamou de psiquiatria positiva: "a meta tem sido não mais apenas remitir sintomas e evitar mortalidade (que são metas muito importantes), mas também fomentar o florescimento humano, que inclui o bem estar e o pleno desenvolvimento dos melhores potenciais de cada um".
Ao falar sobre seu orgulho em ser psiquiatra, não economizou palavras:
"[Tenho orgulho de ser psiquiatra] por ter a honra dos pacientes confiarem a mim o que têm de mais profundo e significativo: suas histórias, suas vidas, suas falhas, desafios, conquistas, dores e alegrias. É muito tocante e nos traz muita responsabilidade, ter uma paciente de 80 que, pela primeira vez em sua vida, consegue compartilhar algumas vivências da infância ou juventude, que nunca haviam sido ditas a ninguém. [...]
O que dá mais sentido e satisfação à minha atuação como psiquiatra é quando iniciamos o tratamento de pacientes sob intenso sofrimento, incapacitação e desesperança (muitas vezes tendo cogitado ou tentado o suicídio) e, após um trabalho dedicado e colaborativo psiquiatra-paciente, este supera essas tormentas e consegue florescer, tornando-se um ser humano mais completo, mais feliz, sereno e melhor para si mesmo, para as outras pessoas e para o mundo como um todo".
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