Atividades específicas para associados da ABP, os Encontros com Especialistas oportunizaram espaços para tirar dúvidas e discutir casos clínicos ligados aos temas mais atuais da psiquiatria, tanto nas áreas de pesquisa quanto na prática clínica diária dos palestrantes e congressistas. Entre as atividades apresentadas, duas chamaram a atenção por alta participação e adesão do público presente.
No início da tarde de quarta-feira, primeiro dia o XXXVI CBP, a sala 121 do CICB ficou pequena para acomodar interessados em ouvir os doutores Antônio Egídio Nardi, Leonardo Fontenelle e Eurípedes Constantino Miguel. Eles abordaram as novidades e tiraram dúvidas a respeito do tratamento de pacientes com ansiedade (TOC, Pânico e Fobias).
Em sua palestra, o Dr. Leonardo Fontenelle, Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da UFRJ e Professor do Instituto Monash de Neurociências Cognitivas e Clínicas na Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, abordou também o Transtorno de Acumulação. “Alguns transtornos têm relação com o Transtorno Obsessivo Compulsivo e é o caso dos pacientes acumuladores. Alguns colecionam coisas porque acreditam que os objetos podem ser úteis. A gente achava que eram casos de TOCs atípicos. Hoje, sabemos que os pacientes com esta condição de Transtorno de Acumulação, acumulam estes itens por mero apelo emocional”, explicou.
Já o Dr. Antônio Egídio Nardi, Professor Titular de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRJ e Coordenador do Laboratório de Pânico & Respiração e do Ambulatório de Depressão Resistente do Instituto de Psiquiatria – UFRJ, focou sua apresentação no uso de benzodiazepínicos no transtorno de pânico. “Eles são, no Brasil, os medicamentos mais vendidos e são muito utilizados porque são muito eficazes, reduzem ataques de pânico, comportamentos fóbicos e ansiedade antecipatória. Eles têm início rápido de ação, boa tolerabilidade, com perfil benigno de efeitos colaterais, o preço é bom para o paciente”, explicou.
Professor Titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, onde é Diretor do Experimental Therapeutics and Molecular Pathophysiology Branch, o Dr. Rodrigo Machado-Vieira falou sobre as perspectivas de alguns transtornos, especialmente em transtorno de humor, depressão e bipolaridade na atividade "Dúvidas sobre novos tratamentos em psiquiatria", ocorrida no dia 20 de outubro.
Segundo o especialista, os algoritmos de tratamento para depressão resistente mostram que a prevalência é alta e é preciso desenvolver tratamentos melhores. “Hoje, apenas um terço dos pacientes com depressão resistente apresentam remissão dos sintomas e isso com, pelo menos, o uso de duas medicações. Os novos tratamentos são importantes, porém vamos trazer para a discussão as possíveis combinações de tratamento. Na falta de resposta ao tratamento antidepressivo é preciso avaliar se algumas comorbidades estão limitando a eficácia clínica da farmacoterapia”, pontuou.
Para o Dr. Vieira, uma das abordagens indicadas nestes casos seria a troca do antidepressivo para outro de mesma classe, o que, para ele, não parece ser a melhor ideia, ou ainda a troca por um outro medicamento de classe diferente. E existem os tratamentos clássicos que podem ser utilizados para casos resistentes como lítio, psicoterapia, entre outros.
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